quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

DO FUNDO DA ESTANTE#01 - ADOLF DE OSAMU TEZUKA

Sempre gostei de História, que aliás, era a minha disciplina preferida na escola. Ouvir o professor destrinchar aqueles eventos passados me deixavam extremamente mais e mais curioso. E foi num desses surtos de curiosidade que conheci a obra que venho lhes apresentar hoje.
Adolf é um mangá de autoria de Osamu Tezuka, conhecido no Japão como nada mais, nada menos que o “Deus do Mangá”. Foi publicado de 1983 à 1985 em cinco volumes que compilam a série. No Brasil foi publicada pela editora Conrad no ano de 2006.
Como o nome já sugere, o mangá gira em torno das histórias de três personagens de mesmo nome : Adolf Kaufmann, filho de um diplomata alemão com uma japonesa; Adolf Kamil, filho de padeiros judeus e por último do próprio Adolf Hitler.
A trama tem início em 1936, quando Sohei Toge um jornalista japonês, faz a cobertura dos Jogos Olímpicos de Berlim e acaba por descobrir que seu irmão Isao é misteriosamente assassinado. Com isso Toge se envolve numa perigosa trama por conta da descoberta de documentos que podem colocar fim a Adolf Hitler e todo partido nazista.
Após a abordagem dessa trama inicial, somos levados ao Japão, onde são apresentados os dois pequenos Adolf Kaufmann e Kamil. Ambos moram na mesma cidade e nutrem uma grande amizade um com o outro, o que gera o desagrado das duas famílias.
Essa amizade acaba sendo colocada à prova visto que Kaufmann é enviado para fazer parte da Juventude Hitleriana, uma instituição na Alemanha que visava o treinamento de jovens para servirem ao partido nazista; e Kamil e sua família serão perseguidos por serem judeus, mesmo no Japão.
Ao longo da 2ª Guerra Mundial, ambos passam por diversas dificuldades que colocam a prova seus ideais e acabam por também moldá-los. Em contrapartida Toge corre grandes perigos e tenta sobreviver para proteger os documentos que descobriu.
Essa forma de escrita adota por Tezuka é extremamente dinâmica. Temos três contos que se passam em separado, mas que no fim se cruzam para compor uma só história. Sem contar que somado a isso são acrescentados acontecimentos históricos que deixam a trama muito mais rica e com ar de veracidade.
O ponto alto da obra na minha opinião é a crítica que o autor faz aos ciclos de ódio que são gerados pelos conflitos e que parecem ser intermináveis e sem solução. Não é difícil acreditar que histórias semelhantes as da trama realmente ocorreram na época, e ocorram até hoje pelo mundo; sendo essa proximidade com a realidade o que torna a leitura extremamente interessante e reflexiva.

sábado, 21 de janeiro de 2017

  Olá, sejam muito bem-vindos! 

  Particularmente, sempre tive a vontade de ter um "portal", uma forma de partilhar as opiniões a respeito dos quadrinhos que curto, e de certa forma receber indicações de obras que não tenho o conhecimento também.
  
  Colocando esse projeto em prática, eis que surge esse blog: Quadrinhotopia (não sei exatamente de onde surgiu esse nome, mas ele me parece ser o ideal hauhauha).

  A minha primeira experiência com HQ's se deu quando eu tinha por volta dos onze ou doze anos de idade. O meu pai, na infância, lia e colecionava diversos gibis e me contava como eram as histórias; os heróis, vilões, as façanhas mirabolantes e tudo mais. E ao ouvir ele descrever aquilo com tanta energia e convicção, me bateu uma euforia por dentro ao imaginar ler por mim próprio aquilo que ele me contara. Ao perceber minha emoção, logo me questionou: "Você quer ir na banca comprar uma edição pra ver se gosta?". 

  Nem precisei pensar para responder: "Quero!!!"

  Ao chegar na seção de quadrinhos da banca eu fiquei maravilhado. Eram tantas capas, tantas cores e traços diferentes que escolher uma se tornou uma missão penosa. Após muito olhar escolhi uma edição dos Novos Titãs com o Robin na capa.

  Chegando em casa, devorei aquele quadrinho por inteiro, quadro a quadro, e ali já fiquei maravilhado por aquilo!

  De lá  pra cá não parei mais de ler, e o mais legal é que o meu pai ao ver que eu gostei de tudo aquilo, de certa forma reascendeu o amor que tinha pelos seus quadrinhos de infância e começou a ler comigo novamente.

  Espero aqui, neste blog, conseguir transmitir para vocês a beleza e diversidade literária que se encontram na Nona Arte.

  Sendo assim, digo novamente:

Sejam muito bem-vindos!